A partir de agora o descarte de MDF, sigla para
Medium Density Fiberboard, não pode ser mais feito o Ecoponto de Andradina, seguindo dete4rminação da CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que tem regras rígidas quanto ao destino correto de materiais contaminantes. No caso do MDF, ele é classificado como “altamente contaminante”, pois é composto por fibras de madeira que são aglutinadas por uma substância chamada formaldeído, o formol, como é popularmente conhecido.
“Para matérias contaminantes existem um protocolo especial e devem ser seguidos pelas geradoras e utilizadoras deste material. Não é uma novidade para outros seguimentos, como hospitais e clínicas, que já possuem um esquema para o descarte adequado de todo material deste tipo produzido por eles”, disse a secretária de meio Ambiente de Leila Rodrigues.
No caso da MDF, por conta do Formol, uma substância altamente tóxica e cancerígena, ou seja, quando as marcenarias não fazem o descarte correto das sobras e dos resíduos de MDF, quem absorve o composto é a natureza, nossos rios, solos etc. E mais.
Como cerca de 25% do MDF utilizado no setor moveleiro torna-se resíduo, Andradina produz por mês cerca de 15 toneladas deste produto contaminante, que eram depositados no Ecoponto.
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Um dos objetivos da proibição, é estimular os empresários do setor de marcenaria a destinarem corretamente seus resíduos, sem que a responsabilidade seja transferida , ou que o meio ambiente pague a conta.
Porque o MDF é o protagonista nas marcenarias hoje?
Apesar da diversificação, a cadeia produtiva da indústria moveleira no Brasil é historicamente especializada na produção de artigos confeccionados com madeira, por causa da abundância de matérias-primas de origem florestal.
Todavia, em razão das restrições ambientais e legais para a obtenção de madeira maciça, expandiu no Brasil a fabricação de painéis de madeira produzidos com pínus e eucalipto reflorestados. Segundo informações da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), em 2016 a produção de painéis de madeira reconstituída (MDF, MDP, etc.) no Brasil foi de 7,3 milhões de m³, dos quais 86% destinaram-se ao mercado interno. Existem 18 fábricas produtoras de painéis no Brasil e o país ocupa o 8º lugar no ranking mundial dos maiores produtores de painéis de madeira reconstituída. (IBÁ, 2017). No país há um predomínio no uso de MDF revestido com laminado.
Os fabricantes de painéis disponibilizam os produtos com uma única dimensão, o que dificulta o aproveitamento das placas, e consequentemente, resulta em maiores perdas de material nas marcenarias.
A produção de MDF utiliza principalmente as madeiras de eucalipto e pinus.
Regularização ambiental
Quando o empreendedor busca a regularização de empreendimentos do setor moveleiro através da obtenção da
Licença Ambiental, um dos fatores a serem considerados é a destinação adequada do resíduo de MDF.
LEI
De acordo com a norma NBR 10.004/2004, da ABNT, que trata da definição e classificação dos resíduos sólidos, os de MDF são classificados como Classe I - Perigosos.
Eles podem conter resinas sintéticas e, além disso, o material pode ser tratado com produtos halogenados, antifúngicos, tintas, vernizes, adesivos e revestidos de plásticos e PVC, o que inviabiliza a sua utilização como combustível em quaisquer condições de queima.
Nessa classe estão incluídos os resíduos com características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, por exemplo: Restos de tintas, óleos usados, solventes, estopas, panos e papeis contaminados com óleos e graxas e o resíduo de MDF.