A Prefeitura de Andradina implantou um sistema de áudio que irá reproduzir o som do berrante no Monumento ao Rei do Gado, localizado no trevo da Avenida Guanabara. A iniciativa busca valorizar ainda mais a identidade cultural da cidade, conhecida nacionalmente como a Terra do Rei do Gado.
Os equipamentos sonoros estrategicamente posicionados vão reproduzir o toque do berrante. Tradicionalmente esses toques serviam para avisar os moradores sobre a passagem do gado e controlar a boiada. Agora é uma forma de venerar a tradição e dar mais um atrativo aos visitantes que passam pelo local. O toque deve ser programado para horários específicos (6h00, 12h00, 18h00), preservando a ambientação sem causar transtornos.
O monumento é um dos principais cartões-postais de Andradina e já simboliza a força da pecuária na história do município. Com a nova implementação, a administração pretende ampliar o impacto turístico do espaço, tornando-o mais interativo e reforçando as tradições da região.
O conjunto instalado no trevo da Avenida Guanabara é uma homenagem ao “peão de boiadeiro”, reverenciada na figura mítica do fundador da cidade, Antônio Joaquim de Moura Andrade, o “Rei do Gado”.
A homenagem à tradicional figura acontece por sua importante participação para o desenvolvimento do Brasil, principalmente para o centro oeste brasileiro. Além de uma comitiva completa em monumentos de bronze, os tradicionais obeliscos das entrada ganharam nova roupagem, imitando madeira.
A obra é a materialização de uma cultura que se confunde com as origens de Andradina e a importância dessas pessoas que viviam a transportar as riquezas do Brasil através das estradas boiadeiras que representaram durante muito tempo a ligação dos grandes centros com o interior, cujo traçado foi o responsável para o comércio entre regiões, principalmente de gado.
Andradina
Andradina teve importância fundamental no início do século passado, pois interligava o estado de Mato Grosso com a região Noroeste paulista, onde o gado era uma fonte de riqueza da região matogrossense. Esses animais eram movidos em comitivas em viagens que chegavam a durar meses até o destino final. O gado era conduzido por peões boiadeiros, especializados na lida desses animais.
Esses homens, acostumados a uma vida rude em meio a matas e cerrados, montados em lombo de burros, passaram a maior parte de sua vida a conduzir a boiada de uma localidade para outra. A circulação de peões boiadeiros nos caminhos terrestres fez com que esses sujeitos se tornassem descobridores de novos caminhos interligando regiões distantes do Brasil.
A fundação do frigorífico Moura de Andradina marcou uma reviravolta na economia regional e permitiu consolidar o nome de Andradina na história do “Mercado da Carne”.
“A vida dos tropeiros e suas tropas têm importância vital na história de Andradina e do Brasil e essa história acaba de ser eternizada nessa homenagem”, disse o secretário de Turismo, Esportes, Cultura, Lazer e Juventude, Rogério Casonato.